Daniel Molloy

31/07/2012 18:42

 

    Madrugada e estou na rua, aqui sozinho, deitado em um banco de praça, escrevendo minha narrativa, para talvez, ter finalmente uma noite calma. Anseio pelas noites de sono profundo desde que você começou a invadir meus sonhos, como se tudo ainda fosse real.

Não sei se escrevo porque estou louco, ou se estou louco porque escrevo. Só sei que estar aqui, escrevendo em meu antigo caderno, esboço de varias historias de vida me mantém lúcido.

    Na rua, somente um lampião aceso, e um jornal que o vento de outono levou aos meus pés esta dizendo novas...

Pessoas em situação melhor que a minha dizem que o sol não lhes brilha mais, porém eu discordo, cada um carrega sua própria sina, de acordo com o que pode e deve carregar, e não há saída. O que tem que ser feito tem que ser feito, e dane-se!

    Olhei para o céu, a lua parecia rir sozinha, talvez como alguém tão feliz que os outros dissessem ser retardado, não sei por que, mas isso me provocou uma imensa alegria.

    Porém logo voltei a mim.

    Passei a pensar em você, em como devia ser facil para você ir e me deixar aqui, sozinho, sem dinheiro e sem lugar para passar a noite, depois de termos vivido tanto tempo sob o mesmo teto, frequentando operas, concertos, biles e vivendo imersos na boemia. Onde você me meteu seu demoniozinho com cara de anjo?

    A luz do lampião apagou-se, e as primeiras cores do dia encheram o céu, e eu sabia que aquelas cores escondiam um amanhecer aterrador... 

Texto por: Marine 

Imagem por: www.deviantart.com