Theatre des Vampires

04/08/2012 09:56

 

Havia acabado de chegar a Paris, quando recebi o convite para a apresentação da noite.

                O teatro era realmente um lugar grande e luxuoso, pessoas muito bem vestidas cochichavam na plateia, o palco tinha grandes cortinas de veludo vermelho, e um enorme lustre no centro do teto iluminava todo o ambiente. Ao lado do palco, haviam duas gárgulas, com dentes e garras afiadas, muito bem conservadas, levei um enorme susto ao vê-las, elas me passavam uma certa sensação de desconforto.

                Então as cortinas se abriram, e o fascínio tomou o lugar da beleza. Os atores, todos de pele pálida e cabelos negros se movimentavam como bonecos de corda. Como a plateia parecia acreditar nisso! Talvez, o objetivo disso fosse dar a entender que haviam ventríloquos atras do palco, tudo era de uma artificialidade e genialidade sem limite.

                O que mais me chamou a atenção foi a violinista, um jovem tão bem “maquilado” quanto os atores, ele tocava feito um louco, movendo-se para a frente e para trás, brincando com a melodia, tocava violino para ele e não para a plateia, que para ele não tinha significado algum, parecia tão feliz que senti inveja.

                Quando me dei conta os “bonecos de corda” haviam sumido, as cortinas de veludo vermelho se fechavam, despedindo-se do cenário pintado a mão. O violinista se retirava, indo para os fundos e a plateia aplaudia de pé, e algumas pessoas se retiravam com medo.

                Mas eu fiquei ali, minha noite não havia acabado.

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